terça-feira, 26 de maio de 2015

Felicidade, a mim se revela assim...



É a beleza das notas que brincam na imensidão 
E em pura harmonia arquitetam canção,
É uma menina que baila pelos cômodos da alma
E aos poucos adorna toda a casa.


É a poesia que desprende-se do limbo 
E faz todo o jardim florescer,
Alça seu voo
E faz a vida amanhecer.

É o flamboyant que avisto na estrada
E me faz recordar de uma infância alaranjada,
Quando eu  encontrava a menina felicidade todos os dias em frente ao mar
E dávamos as mãos em um leve caminhar.


É aquele que fecha meus olhos e colhe meu riso ao tocar minha face suavemente,
O mesmo que bagunça os meus cabelos e papéis,
Que tira as árvores para dançar,
Que leva-lhes as folhas dizendo que é hora de um renovar.

O menino sapeca que leva as roupas do varal,
Que percorre toda a casa "abalando a ordem", mas não faz por mal.
Vento, Vento, tão terno e essencial!


É o mirar... Dos olhos de quem amo,
do céu de um amanhecer,
do horizonte "fixo e plano",
Da tela de um entardecer.


E são os lírios do campo, 
As rosas no jardim,
O verdejante da grama,
O brilho do sol nos capins...


É a coroa da flor adornada pelas gotas de orvalho
no amanhecer que rege a sinfonia do canto dos pássaros,
E é a vida, no tecer de um ninho, sustentada em um galho.

É toda forma de beleza,
Do encanto, da delicadeza,
Daquilo que faz os olhos sorrirem,
Faz a boca se calar,
É o Criador que ama sua criação à lhe presentear.


Felicidade é viver se encantando
Com tudo o que é simples e belo
E em sua essência, terno.


É estar em par com o Autor de toda beleza,
Em sintonia com o Senhor do tempo,
Em paz com o Criador de toda delicadeza.




Cíntira's Castle.